O Livro de Gênesis, Quem Foi Seu Autor?

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O livro de Gênesis, o primeiro da Bíblia, é fundamental para o entendimento das origens do mundo e da relação de Deus com a humanidade, mas sua autoria tem sido objeto de debates intensos ao longo dos séculos. Tradicionalmente, a autoria do livro é atribuída a Moisés, mas estudiosos modernos levantam questões sobre essa visão, propondo teorias que envolvem múltiplos autores e períodos históricos distintos. Aqui está um panorama abrangente sobre o tema.

  1. A Tradição Mosaica

Segundo a tradição judaico-cristã, Moisés é o autor do livro de Gênesis, bem como dos outros quatro livros que compõem o Pentateuco (Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio). Essa visão é sustentada por referências na própria Bíblia, como em Êxodo 17:14 e Números 33:2, onde Moisés é instruído a registrar os acontecimentos. No Novo Testamento, Jesus e os apóstolos também mencionam “os escritos de Moisés” (Lucas 24:27; João 5:46), reforçando essa tradição.

A crença na autoria mosaica reflete a ideia de que Moisés escreveu o Pentateuco sob inspiração divina, reunindo tradições orais e registros escritos de sua época. Essa visão tem grande aceitação entre comunidades religiosas tradicionais.

O Livro de Gênesis, Quem Foi Seu Autor
  1. As Críticas à Autoria Mosaica

Nos últimos séculos, muitos historiadores e acadêmicos têm questionado a autoria mosaica de Gênesis. As principais razões para isso incluem:

a. Linguagem e Estilo Literário

Estudos linguísticos mostram que o hebraico de Gênesis reflete formas e estruturas que não correspondem a um único período histórico, mas a várias fases da língua hebraica, sugerindo revisões e acréscimos ao longo do tempo.

b. Contradições Internas e Duplicações

Gênesis contém histórias repetidas ou duplicadas com diferenças de detalhes, como os dois relatos da criação (Gênesis 1 e 2) e as narrativas de Abraão e Isaque mentindo sobre suas esposas (Gênesis 12 e 26). Isso levou estudiosos a concluírem que o texto pode ter origens múltiplas.

c. Referências a Eventos Posteriores

Algumas passagens em Gênesis parecem refletir conhecimento de eventos que ocorreram muito tempo após a morte de Moisés, como menções aos reis de Edom (Gênesis 36:31), o que sugere uma composição posterior.

  1. A Teoria Documentária

A teoria documentária, ou Hipótese das Fontes, é uma das explicações mais influentes sobre a composição de Gênesis e do Pentateuco. Desenvolvida no século XIX, ela propõe que o texto é uma compilação de quatro fontes principais, cada uma com seu estilo e perspectiva teológica:

a. Fonte Javista (J)

Identificada pelo uso do nome YHWH (Javé) para Deus, essa fonte enfatiza o relacionamento pessoal entre Deus e a humanidade. Sua linguagem é vívida e narrativa, com destaque para as histórias dos patriarcas.

b. Fonte Eloísta (E)

Essa fonte usa o nome Elohim para Deus e se concentra em aspectos morais e éticos, além de enfatizar os profetas e sonhos como meio de comunicação divina.

c. Fonte Sacerdotal (P)

Caracterizada por um estilo formal e detalhado, a fonte sacerdotal reflete preocupações litúrgicas e genealógicas, como o relato estruturado da criação em Gênesis 1.

d. Fonte Deuteronomista (D)

Embora mais associada ao livro de Deuteronômio, essa fonte também influencia o Pentateuco, com foco em leis e alianças.

Segundo essa hipótese, editores ou redatores finais compilaram essas fontes em sua forma atual durante o período exílico, ou pós-exílico (séculos VI a V a.C.).

A Perspectiva Judaica sobre a Autoria

    No judaísmo tradicional, a crença na autoria mosaica permanece predominante. No entanto, acadêmicos judeus modernos, especialmente dentro da tradição crítica, aceitam amplamente a teoria documentária. Esses estudiosos veem Gênesis como o resultado de uma evolução literária e teológica ao longo de séculos, refletindo as experiências e crenças do povo de Israel.

    Alguns rabinos e estudiosos religiosos propõem uma abordagem intermediária, reconhecendo que Moisés pode ter sido a figura central na transmissão das tradições, mas que o texto final passou por edições posteriores.

    A Relevância de Gênesis Independentemente da Autoria

      Embora a questão da autoria seja importante para entender as origens do texto, ela não diminui a relevância teológica e narrativa de Gênesis. O livro estabelece os temas fundamentais da Bíblia: a soberania de Deus, a criação, o pecado, a aliança e a redenção. Ele também serve como uma ponte entre as tradições orais antigas e a formação da identidade do povo de Israel.

      Argumentos a Favor da Autoria Mosaica

        Apesar das críticas, muitos defensores da autoria mosaica apresentam os seguintes argumentos:

        Unidade Temática: O Pentateuco, incluindo Gênesis, tem uma coerência temática e teológica que sugere uma autoria única ou liderança de um autor principal, como Moisés.

        Tradição Religiosa: A tradição judaica e cristã por milênios sustentou a autoria mosaica, o que não pode ser descartado como irrelevante.

        Capacidade de Moisés: Como educado na corte egípcia, Moisés teria o conhecimento necessário para escrever e compilar tradições.

        Implicações da Debate sobre a Autoria

          A discussão sobre a autoria de Gênesis impacta áreas como a hermenêutica bíblica, a arqueologia e os estudos sobre a história de Israel. Se o livro foi escrito por Moisés, ele reflete diretamente a experiência do Êxodo. Se foi composto por múltiplas fontes, ele revela a complexidade do desenvolvimento da fé israelita ao longo do tempo.

          Para leitores religiosos, a autoria pode influenciar como o texto é entendido como inspirado por Deus. Para estudiosos críticos, a autoria múltipla aponta para a riqueza cultural e teológica do antigo Oriente Próximo.

          Por Que Arão Não é Mencionado Como Possível Auto de Gênesis?

          A ausência de Arão como possível autor do livro Gênesis (ou qualquer obra comparável como “Gênesis” no contexto bíblico) pode ser explicada pelo papel específico que a tradição bíblica e os textos sagrados atribuem a ele. Arão, irmão mais velho de Moisés, é amplamente conhecido como o primeiro sumo sacerdote de Israel e como um líder espiritual, mas nunca é descrito nas Escrituras como um escritor ou legislador principal. Aqui estão algumas razões para essa ausência:

          1. Arão como Sumo Sacerdote e Não como Legislador

          Na narrativa bíblica, o papel de Arão está associado principalmente ao sacerdócio. Ele foi escolhido por Deus para ser o primeiro sumo sacerdote (Êxodo 28), representando o povo diante de Deus no tabernáculo. Sua função era mediadora, voltada para os rituais e sacrifícios, e não para a composição ou organização das leis, ou narrativas históricas. Moisés, por outro lado, é visto como o legislador e profeta principal, recebendo diretamente as instruções de Deus.

          1. Moisés como Autoridade Escrita

          A tradição bíblica coloca Moisés como o receptor das tábuas da lei e como o autor do Pentateuco (os cinco primeiros livros da Bíblia). Moisés é descrito como alguém que registra os acontecimentos e os mandamentos de Deus (Êxodo 24:4; Deuteronômio 31:9). Embora Arão desempenhe um papel de apoio significativo, ele é mais um executor do que um autor ou redator das tradições.

          1. Falhas de Arão no Relato Bíblico

          Arão é retratado com falhas notáveis que poderiam afetar sua autoridade para ser considerado o autor de um texto fundamental como Gênesis ou de qualquer outro. Por exemplo, ele foi responsável por fabricar o bezerro de ouro (Êxodo 32), um ato de idolatria que representou uma grave violação da aliança com Deus. Essas falhas o colocam em uma posição mais subordinada em termos de liderança espiritual e teológica.

          1. Contexto Histórico e Funções Distintas

          Mesmo que Moisés e Arão fossem ambos líderes importantes durante o Êxodo, seus papéis eram distintos. Enquanto Moisés era o mediador principal entre Deus e o povo, transmitindo leis e narrativas, Arão era o líder ritualístico, focado nos aspectos litúrgicos e sacerdotais. O foco de Arão na prática sacerdotal significa que ele não seria visto como um escritor ou compilador de textos históricos ou teológicos.

          1. Tradição Judaica e Cristã

          Na tradição judaica e cristã, a autoria de textos sagrados é frequentemente atribuída a figuras que desempenham papéis de liderança profética ou legislativa. Moisés, por sua proximidade com Deus no Monte Sinai, é visto como o escolhido para transmitir a Torá. Arão, por outro lado, é honrado como o iniciador do sacerdócio, mas sem atribuições de autoria literária.

          Arão não é mencionado como um possível autor de obras como Gênesis porque sua função e legado, conforme descritos na tradição bíblica, estão ligados ao sacerdócio e ao serviço litúrgico. Sua posição, embora altamente significativa, não se sobrepõe à de Moisés como legislador, escritor e profeta principal. A divisão clara de papéis entre Moisés e Arão reforça essa distinção.

          Conclusão, Quem Foi o Autor do Livro de Gênesis.

          A questão da autoria de Gênesis permanece aberta, com diferentes perspectivas refletindo tradições religiosas, métodos acadêmicos e valores culturais. Independentemente da posição adotada, Gênesis continua sendo uma obra central para a fé e a literatura, unindo narrativa e teologia em uma visão abrangente das origens da humanidade e da aliança divina.

          Embora possamos ter várias posições e visões a respeito, o autor deste blog crê que o Livro foi escrito sim em sua maioria por Moisés e outra parte por seu discípulo Josué, posteriormente a morte de Moisés tendo em vista alguns pontos já mencionados neste estudo.

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