Sepultamento Israelita: Caixão, Especiarias, Funeral (Pt 1/2)

Tempo de leitura: 7 min

Escrito por Mestre João Henrique

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A distinção entre corpo, alma e espírito (tricotomia) ou corpo e alma (dicotomia) é estranha a mentalidade hebraica, não existia essa concepção nos primórdios do antigo testamento, pois o pensamento dos hebreus, era que o homem era um único ser indivisível, e não com repartições, físicas e espirituais, a morte não é considerada a separação desses elementos, pois o o homem é visto sempre como um todo e não dividido, ou seja, homem vivo é uma “alma (nepes) vivente” e o homem morto é uma “alma (nepes) morta”, por esse pensamento, a morte não é a aniquilação completa da pessoa, enquanto existir o corpo, ou pelo menos a ossada, subsiste a alma (a pessoa) em um estado de debilidade extrema, como uma sombra na morada subterrânea do Sheol, Jó 26,5-6, Is 14.9-10, Ez 32.17-32.

Outra vez, lembrando que a morada subterrânea do Sheol, nada tem haver com o pensamento de “morada espiritual”, ou com o Hades relado no novo testamento, lembre-se eles não tinham um pensamento tão aguçado do “além” como se tinha no novo testamento).

Esse mundo dos mortos, não é comparável nem ao Hades dos gregos nem ao inferno e purgatório. O vocábulo Sheol provavelmente significa “não-terra”, a esfera na qual não há nenhuma atividade, na concepção israelita, era como um espaço fechado, dentro do oceano abissal, abaixo da terra ou mesmo abaixo das aguás (uma figura de linguagem para dizer que o lugar é inalcansavél) esfera de total impotência de portas fechadas (Is 38.10, Sl 9.13, Jó 38.1-17).

Sepultamento Israelita

Esse lugar de inexistência é penetrado pela sombra que libera o defunto, para guiar a existência espiritual, que tradicionalmente, tipifica o destino dos homens após a morte (a sombra era uma fraca existência desse homem ainda aqui na terra, não com vida, não em espirito, mas de histórica, exemplo: Gilgamesh, falhou em pegar a planta da vida, mas ele continua vivo nos contos sumerianos, Monteiro Lobato morreu, mas permanece vivo no Sitio do Pica-pau amarelo, de modo que a pessoa continua entre os vivos de maneira inativa fisicamente, mas através da sua história, por isso os judeus, fazem questão de genealogias infindáveis, ou se preocupa quando um filho único da família morre, pois morrendo, o legado espiritual isto é, a história dessa pessoa chegava ao fim).

Instituições de Israel no Antigo Testamento – Roland De Vaux pag.80.
História da Religião de Israel – Georg Fohrer. Pag.284

O termo “repa im” “espíritos dos mortos”, que vem da mesma raiz do verbo rapâ, “ficar fraco”, “sucumbir”, “enfraquecido”, caracteriza total impotência das sombras, vivendo entre os homens através de sua sombra espiritual, de maneira rapâ (fraca) dando legado a posição que ocupava eventualmente, enquanto estiver algum resto mortal como os ossos, o seu legado continua, pois se entendia que os ossos era o alicerce onde a sombra (sua história) repousava, então ter uma sepultura para guardar os ossos, era preservar de maneira digna sua história. Apenas ao homem que é negado a sepultura digna, é forçado a deitar-se sobre gusanos e ser coberto de vermes (Is 14.11, 19-20).

Dado a seriedade de ter uma sepultura, aos incircuncisos, aos abortivos, estupradores, os assassinos, seus ossos eram lançados fora dos lugares comuns de sepultamento ou quando muito, sepultado apressadamente sem dignidade, para esses, suas sombras eram destinadas a um lugar de habitação separado como impuro, inglório e desgraçado. Por isso, queimar os ossos era apenas reservado aqueles que cometeram sacrilégio e grandes culpados (Gn 38.24, Lv 20.14, 21.9) ou inimigos que queriam aniquilar definitivamente acabando com sua história (Am 2.1).

Os Funerais

O povo israelita tinha um profundo respeito pelos seus mortos, eles rejeitavam firmemente os dois extremos adotados por outras culturas. Não aceitavam nem o desdém com que os gregos tratavam o corpo do morto nem a admiração que era quase adoração, prevalente no Egito. Embora fossem um povo consciente dos valores espirituais, não deixavam de honrar os temporais.

A lavagem e preparação do corpo para o sepultamento era muito importante, consideravam-na uma demonstração de respeito e amor. Em todos esses séculos da história de Israel, os métodos de sepultamento foram-se alterando acentuadamente.

Não existiam leis regulamentando a prática, embora houvesse algumas orientações básicas. E nesse particular eles seguiam mais os costumes da sociedade. Que também iam-se modificando pouco a pouco, com o passar dos anos.

Sepultamento na Época dos Patriarcas

O mais conhecido túmulo de Israel da antiguidade era a caverna de Macpela, que Abraão comprou dos filhos de Zoar, Provavelmente tratava-se de uma grande gruta. Diz a tradição que ela se localizava no ponto onde hoje se ergue a mesquita de Haram el-khall, em Hebrom. Vários personagens bíblicos foram sepultados nessa gruta, dentre os quais Sara, Abraão, Isaque, Rebeca, Lia, Jacó, e talvez mais alguns outros.

Como Sepultamento De Um Morto Era Importante Para os Hebreus

E até o no ano 1119 A.C ainda se viam ali ossos que se diziam ser desses patriarcas. Houve uma época em que ali existia uma igreja, mas hoje é a mesquita de Haram el-khalil.

A descrição que a Bíblia faz do lugar é de uma área cercada de campinas, com muitas árvores (Gn 23.17). O proprietário do terreno ofereceu-o a Abraão de graça, mas o patriarca insistiu em pagar quatrocentos ciclos de prata por ele. Isso pode ser semelhante ao costume que ainda existe no Oriente médio, onde o povo gosta de barganhar. Eles começam oferecendo o artigo de graça apenas para demonstrar que estão dispostos a discutir o preço.

As atitudes de Jacó e de José demonstram como o sepultamento de um morto era importante para aos antigos hebreus. Jacó encontrava-se no Egito quando faleceu já bem idoso. Ele havia pedido que o sepultassem na caverna de Macpela, um sepulcro que havia cavado na terra de Canaã (Gn 49.30,
50.5). Então José mandou embalsamar o corpo do pai, à moda dos egípcios, e o levaram à terra prometida para ali ser enterrado. E o próprio José também, já moribundo, determinou profeticamente que seus ossos fossem sepultados na terra de Israel (Gn 50.25 Js 24.32).

Pano de Linho e Especiarias

Quando os israelitas preparavam um morto para o sepultamento, não tinham em mente a preservação dele. Mas desejavam que se decompusesse o mais lentamente possível. Envolviam-no em panos e colocavam junto grandes quantidades de perfumes e especiarias, para neutralizar os odores da
decomposição. Além disso ainda depositavam especiarias ao lado do corpo. Na antiguidade, era costume fazerem-se visitas periódicas ao túmulo, no primeiro ano após a morte. Talvez fosse por isso que colocavam tantos perfumes.

A qualidade desses perfumes variava muito de acordo com as posses da família. O tipo de féretro, da caixa ossuária, do túmulo, dos panos de linho, bem como o número de carpideiras e de músicos dependia muito das condições financeiras.

As despesas com funeral são um problema que vem acompanhando o homem desde a antiguidade. José de Arimatéia e Nicodemos, os homens que se encarregaram do sepultamento de Jesus, eram abastados e providenciaram um sepultamento caro para o Messias. Eles colocaram junto ao seu corpo cerca de 35 kg de mirra e aloés. Essa prática já vinha desde muito tempo. O rei Asa, por exemplo, ao ser sepultado, foi cercado de grandes quantidades de perfumes e especiarias (2 Cr 16.14).

O Caixão

Nos tempos antigos, não se empregavam caixões como os que conhecemos hoje. Eles utilizavam apenas caixas ossuarias, onde guardavam os ossos depois que o corpo se decompunha. Inicialmente, colocavam o cadáver sobre uma laje, deixando ao lado dele muitos perfumes para neutralizar o mau cheiro. Depois que se encerrava o processo de decomposição, eles recolhiam os ossos e os guardavam em caixas, que então eram colocadas em um túmulo ou caverna.

Muitos desses túmulos continham cada um diversas caixas. As caixas eram feitas de cerâmica e mediam de 60 a 90 centímetros de comprimento e cerca de 30 centímetros de largura e pouco mais de 30 cm de altura. Os arqueólogos descobriram centenas dessas urnas contendo restos de judeus ou cristãos. Algumas delas talvez contivessem os ossos de alguns cristãos famosos, pois nelas estavam inscritos nomes conhecidos.

Essas urnas ossuárias, em geral, eram bastante elaboradas. Era costume fazerem entalhes com desenhos e flores nas laterais delas. Às vezes gravava-se o nome daqueles cujos ossos estavam ali encerrados. E nem todas tinham o mesmo formato. Alguns tinham a forma de uma casinhola, outras de outros objetos. A maneira como é descrito na bíblia o sepultamento de Cristo, dá a entender que no caso dele se seguiria o costume tradicional.

Eles colocaram muitas especiarias em seu corpo, juntamente com os panos que envolviam, e o depositaram sobre uma pedra, até que as mulheres pudessem retornar após o sábado para terminar a preparação.

No caso de Lázaro, que já estava sepultado havia quatro dias, sabia-se que seu corpo se encontrava em adiantado estado de putrefação, e seria normal que exalasse mau cheiro (Jo 11.39).

Autor: Kaio Gomes

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