Os 10 Mandamentos de Moisés e as 613 Mitzvot
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Os Dez Mandamentos, entregues por Deus a Moisés no Monte Sinai, são a base da lei moral na tradição judaico-cristã. Estes mandamentos foram dados ao povo de Israel como um código de conduta que refletia a santidade e justiça de Deus. No Novo Testamento, Jesus reafirma e aprofunda o entendimento desses mandamentos, mostrando como eles devem ser vividos em um contexto de amor e graça.
MANDAMENTO Nº1. “Não terás outros deuses diante de mim.” (Êxodo 20:3). Este mandamento estabelece a centralidade de Deus na vida do ser humano, proibindo a adoração de qualquer outro deus ou ídolo. Jesus reforça essa ideia no Novo Testamento ao declarar o maior mandamento:
– Jesus disse: “Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento.” (Mateus 22:37). Jesus não apenas confirma a exclusividade da adoração a Deus, mas também amplia o mandamento, enfatizando que deve ser uma devoção completa, englobando todas as facetas da vida.
MANDAMENTO Nº2. “Não farás para ti imagem de escultura.” (Êxodo 20:4-6). Este mandamento proíbe a criação e a adoração de imagens ou ídolos. No Novo Testamento, Jesus não se concentra tanto na proibição de imagens físicas, mas aprofunda a adoração genuína de Deus em espírito:
– Jesus disse: “Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade.” (João 4:24). Jesus destaca que a adoração verdadeira transcende as formas físicas, e deve ser feita com sinceridade e integridade.
MANDAMENTO Nº3. “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão.” (Êxodo 20:7). Esse mandamento alerta contra o uso desrespeitoso ou irreverente do nome de Deus. Jesus ensina uma reverência ainda mais profunda pelo nome de Deus ao nos mostrar como orar:
– Jesus disse: “Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome.” (Mateus 6:9). Jesus não só reforça a santidade do nome de Deus, mas também nos convida a começar nossas orações com louvor e reconhecimento de Sua santidade.
MANDAMENTO Nº4. “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar.”* (Êxodo 20:8-11). O sábado é instituído como um dia de descanso e consagração ao Senhor. No Novo Testamento, Jesus desafia as interpretações legais rígidas do sábado, enfatizando o espírito da lei:
– Jesus disse: “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado. Assim, pois, o Filho do Homem é Senhor também do sábado.” (Marcos 2:27-28). Jesus ensina que o sábado é um presente de Deus para o bem-estar do ser humano e que a misericórdia deve prevalecer sobre a rigidez legalista.
MANDAMENTO Nº5. “Honra teu pai e tua mãe.” (Êxodo 20:12). Esse mandamento estabelece a importância da família e do respeito aos pais. Jesus reafirma essa obrigação, mas também amplia a definição de família espiritual:
– Jesus disse: “Qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.” (Marcos 3:35). Jesus confirma o valor da honra aos pais, mas também introduz a ideia de uma família espiritual baseada na obediência a Deus.
MANDAMENTO Nº6. “Não matarás.” (Êxodo 20:13). O mandamento contra o assassinato protege a vida humana. Jesus leva este mandamento a um nível mais profundo, abordando a raiz da violência:
– Jesus disse: “Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: ‘Não matarás’ e quem matar estará sujeito a julgamento. Mas eu lhes digo que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento.” (Mateus 5:21-22). Jesus mostra que a verdadeira obediência ao mandamento vai além de não matar; envolve também controlar a ira e cultivar a reconciliação.
MANDAMENTO Nº7. “Não adulterarás.” (Êxodo 20:14). O mandamento proíbe a infidelidade conjugal. Jesus, mais uma vez, aprofunda a compreensão desse mandamento:
– Jesus disse: “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não adulterarás’. Mas eu lhes digo que qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração.” (Mateus 5:27-28). Jesus ensina que a fidelidade não é apenas uma questão de ações externas, mas também de pureza de coração e mente.
MANDAMENTO Nº8. “Não furtarás.” (Êxodo 20:15). Este mandamento protege a propriedade alheia. Jesus, embora não mencione especificamente o furto, ensina sobre honestidade e generosidade:
– Jesus disse: “Dê a quem lhe pede, e não volte as costas àquele que deseja pedir algo emprestado.” (Mateus 5:42). Jesus enfatiza que a justiça não é só evitar o roubo, mas também estar disposto a compartilhar generosamente com os outros.
MANDAMENTO Nº9. “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.” (Êxodo 20:16). Esse mandamento protege a integridade e reputação das pessoas. Jesus vai além, falando sobre a importância da verdade e da honestidade em todas as áreas da vida:
– Jesus disse: “Seja o seu ‘sim’, ‘sim’, e o seu ‘não’, ‘não’; o que passar disso vem do maligno.” (Mateus 5:37). Jesus ensina que os seguidores de Deus devem ser tão confiáveis que suas palavras sejam suficientes, sem necessidade de juramentos.
MANDAMENTO Nº10. “Não cobiçarás.” (Êxodo 20:17). Este mandamento trata do desejo desordenado pelas posses alheias. Jesus, no Novo Testamento, aborda a questão do coração, onde começa a cobiça:
– Jesus disse: “Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens.” (Lucas 12:15). Jesus ensina que a verdadeira riqueza não é medida pelos bens materiais, mas pela qualidade de nossa vida espiritual e relacionamento com Deus.
Os Dez Mandamentos são um conjunto central de leis morais e religiosas dados por Deus a Moisés no Monte Sinai, conforme registrado na Bíblia, especificamente no livro de Êxodo (Êxodo 20:1-17) e Deuteronômio (Deuteronômio 5:4-21). Esses mandamentos são vistos como os princípios fundamentais que guiam a vida ética e espiritual tanto no judaísmo quanto no cristianismo.
Os 613 Mandamentos (Mitzvot)
Além dos Dez Mandamentos, a tradição judaica reconhece 613 mandamentos (conhecidos como mitzvot) que abrangem todos os aspectos da vida, desde as relações interpessoais até a adoração e os rituais religiosos. Esses mandamentos estão detalhados principalmente na Torá (os primeiros cinco livros da Bíblia: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio).
Os 613 mandamentos foram compilados por rabinos e estudiosos judeus ao longo dos séculos, sendo uma das listas mais conhecidas a do filósofo e jurista medieval Maimônides (Rambam). Esses mandamentos são divididos em duas categorias:
- Mandamentos Positivos (Mitzvot Aseh): São os mandamentos que exigem uma ação, como orar, honrar os pais e observar o sábado. Existem 248 mandamentos positivos.
- Mandamentos Negativos (Mitzvot Lo Ta’aseh): São as proibições, como não roubar, não matar e não cometer adultério. Existem 365 mandamentos negativos.
Os 613 mandamentos judaicos, conhecidos como Mitzvot, são um conjunto de preceitos dados por Deus ao povo de Israel, conforme registrado na Torá (os cinco primeiros livros da Bíblia hebraica). Esses mandamentos abrangem todos os aspectos da vida judaica, desde questões éticas e morais até rituais religiosos e leis civis.
613 Mandamentos Divididos Por Categoria
Abaixo está uma lista resumida dos principais tipos de mandamentos, divididos em categorias. É importante notar que alguns mandamentos são específicos para os tempos do Templo em Jerusalém e, portanto, não podem ser cumpridos hoje.
Mandamentos Relacionados a Deus
- Crer em Deus (Emunat Hashem) – Crer na existência de Deus.
- Não ter outros deuses (Lo yihiye lekha elohim aḥerim al panai) – Proibição de acreditar em outras divindades.
- Amar a Deus (Ahavat Hashem) – Amar a Deus com todo o coração, alma e recursos.
- Temer a Deus (Yirat Hashem) – Ter reverência e respeito por Deus.
- Santificar o Nome de Deus (Kiddush Hashem) – Agir de maneira que honre o nome de Deus.
Mandamentos Relacionados à Torá
- Estudar a Torá (Talmud Torah) – Estudar e ensinar a Torá.
- Respeitar os Sábios – Respeitar os líderes espirituais e seguir suas orientações.
- Escrever um rolo da Torá – Escrever ou adquirir um rolo da Torá.
Mandamentos Relacionados ao Templo e aos Sacrifícios
- Construir o Templo – Construir o Templo em Jerusalém.
- Oferecer sacrifícios – Oferecer sacrifícios prescritos em ocasiões específicas.
- Queimar o incenso – Oferecer incenso diariamente no Templo.
Mandamentos Relacionados às Festas e ao Shabat
- Guardar o Shabat (Shamor et Yom HaShabbat) – Descansar e santificar o Shabat.
- Celebrar as Festas – Celebrar Pessach, Shavuot, Sucot, entre outras.
- Não trabalhar nas festas – Abster-se de trabalho durante as festas religiosas.
Mandamentos Relacionados à Pureza e Impureza
- Abster-se de relações durante a menstruação – Observar as leis de pureza familiar.
- Banhar-se em uma Mikvá – Usar a mikvá para a purificação ritual.
Mandamentos Relacionados ao Casamento e à Família
- Casar e ter filhos – Obedecer ao mandamento de “frutificar e multiplicar”.
- Honrar os pais – Respeitar e cuidar dos pais.
- Circuncisão – Circuncidar os meninos no oitavo dia após o nascimento.
Mandamentos Relacionados à Justiça e ao Tratamento dos Outros
- Amar o próximo (V’ahavta l’reakha kamokha) – Tratar os outros com bondade e respeito.
- Proibição de roubar (Lo tignov) – Não roubar.
- Proibição de mentir (Lo teshaker) – Não dar falso testemunho.
Mandamentos Relacionados à Propriedade e aos Negócios
- Restituir propriedades roubadas – Devolver o que foi tomado indevidamente.
- Observar a Shemitá – Deixar a terra descansar no sétimo ano.
Mandamentos Relacionados à Alimentação
- Observar as leis de kashrut – Seguir as regras dietéticas judaicas, como não misturar carne e leite.
- Abster-se de sangue – Não consumir sangue.
Mandamentos Relacionados à Guerra e à Defesa
- Não temer em tempo de guerra – Confiar em Deus durante a batalha.
- Esforçar-se pela paz – Buscar soluções pacíficas antes de recorrer à guerra.
Mandamentos Relacionados à Caridade e à Justiça Social
- Dar tzedaká – Dar caridade aos necessitados.
- Não oprimir o estrangeiro – Tratar os convertidos e estrangeiros com justiça e compaixão.
Mandamentos Relacionados a Juízes e Tribunais
- Estabelecer tribunais de justiça – Nomear juízes em cada cidade.
- Proibir o suborno – Não aceitar suborno.
Mandamentos Relacionados à Agricultura e aos Animais
- Não semear misturas proibidas – Não misturar sementes de espécies diferentes.
- Descansar os animais no Shabat – Garantir que os animais também descansem no Shabat.
Essa é apenas uma visão geral dos 613 mandamentos. Cada mandamento tem suas especificidades e muitas vezes está interligado a outros preceitos. Se desejar, posso fornecer uma lista mais detalhada ou focar em um grupo específico de mandamentos. Para acessar a lista completa com os 613 Mandamentos CLIQUE AQUI
10 Mandamentos Cristãos e os 613 Mandamentos
Os Dez Mandamentos são amplamente aceitos e seguidos pelos cristãos, que os veem como princípios éticos universais. No entanto, a observância dos 613 mandamentos da Lei Judaica é vista de forma diferente no cristianismo.
No Novo Testamento, especialmente nas cartas do apóstolo Paulo, há uma distinção entre a Lei Mosaica (que inclui os 613 mandamentos) e a nova aliança em Cristo. Paulo argumenta que a salvação não vem pela observância da Lei, mas pela fé em Jesus Cristo (Gálatas 2:16). A Lei é vista como um “tutor” que conduz as pessoas a Cristo (Gálatas 3:24), mas não é mais obrigatória para os cristãos como meio de justificação.
No entanto, muitos dos princípios morais e éticos dos 613 mandamentos são endossados no Novo Testamento, não como um conjunto de leis a serem seguidas para a salvação, mas como uma expressão da vida transformada em Cristo. O Sermão da Montanha de Jesus (Mateus 5-7) é um exemplo de como Jesus expandiu o entendimento dos mandamentos, enfatizando não apenas a letra da lei, mas o espírito por trás dela.
Comparação com o Judaísmo
No judaísmo, os 613 mandamentos são vistos como a expressão completa da vontade de Deus para Seu povo. Eles regulam todos os aspectos da vida judaica, tanto no nível individual quanto comunitário. Enquanto alguns mandamentos são impossíveis de cumprir hoje (por exemplo, os que dizem respeito ao Templo em Jerusalém, que não existe mais), a observância dos outros continua a ser uma parte central da vida judaica.
Conclusão: 10 Mandamentos X 613 Mandamentos
Os Dez Mandamentos servem como uma base moral para tanto o judaísmo quanto o cristianismo. No entanto, a interpretação e a aplicação dos 613 mandamentos divergem entre esses dois pensamentos, o judaico e cristão. Para os judeus, os 613 mandamentos são uma expressão abrangente da aliança com Deus, enquanto para os cristãos, muitos desses mandamentos são vistos como parte de uma antiga aliança que foi cumprida em Cristo. O foco dos cristãos está na fé em Jesus e na aplicação dos princípios éticos e espirituais que Ele ensinou, que frequentemente ecoam e aprofundam os mandamentos da Lei Mosaica.
Os Dez Mandamentos dados a Moisés serviram como a base moral para o povo de Israel, moldando a forma como eles se relacionavam com Deus e uns com os outros. No Novo Testamento, Jesus não apenas reafirma esses mandamentos, mas os aprofunda, mostrando que a obediência verdadeira a Deus não é apenas uma questão de seguir regras, mas envolve a transformação interior, um coração voltado para Deus e para o próximo.
Jesus revela que a essência dos mandamentos é o amor: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, de toda a alma e de todo o entendimento” e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:37-39). Assim, Ele não anula a Lei, mas a cumpre e a expande, convida a todos a cumprir os mandamentos deixados.